Ivan Conti Mamão Encontra Síntese & Brandão

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O toque brasileiro em tudo. Essa pode ser a frase que melhor resume o projeto entre Ivan Conti Mamão, Síntese e Rodrigo Brandão. O EP Ivan Conti Mamão Encontra Síntese & Brandão, lançado nesta sexta-feira (26), conta com dois clipes: “Nosso Ninho” e “Ferrolho de Besouro”.

Ivan Conti Mamão, ou só Mamão, é um dos bateristas mais renomados do Brasil e do mundo. Integrante do trio Azymuth, tem grande prestígio tanto na música brasileira, em todas suas múltiplas expressões, quanto também no território do jazz. Já gravou, inclusive, com Roberto Carlos, Jorge Ben, Paulinho da Viola, Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Gal Costa, Maria Bethânia, Raul Seixas, entre muitos, muitos outros.

Rodrigo Brandão é um dos principais nomes brasileiros do spoken word, estilo de rima livre que precedeu o rap. Seu novo álbum, “Outros Espaço” é uma parceria com a mítica Sun Ra Arkestra, e inclui também um time nacional que conta com integrantes das bandas Metá Metá, Uakti e Hurtmold, além da cantora Tulipa Ruiz.

Síntese é um grupo do rap, da música contemporânea. Seu primeiro álbum, “Sem Cortesia (Perdão Pra Quem Fez Chorar / Gratidão Pra Quem Fez Sorrir)”, fez sucesso nas paradas do Brasil. Juntam-se a Mamão para um lindo dueto com a música “Ferrolho de Besouro”.

Uma releitura da música “Ritual”, de Mamão, a música mudou de nome mas não perdeu o propósito original. A versão com Síntese soa sim, ritualística. Tem certo tom xamânico que conversa com a essência da canção.

O projeto inclui, na verdade, duas faixas: além de “Ferrolho de Besouro”, temos “Nosso Ninho”, com Rodrigo Brandão. Ambas as faixas são construídas em cima de temas instrumentais de Mamão, que originalmente constam na tracklist oficial, mas acabaram ficando de fora da edição em vinil, de seu disco solo “Poison Fruit”.

A proposta das novas versões vocais se formou com espontaneidade, assim como todo o projeto: nos camarins de shows promovidos pela Eme Cultural, responsável por juntar os músicos. Após muita troca e conversas calorosas, todos resolveram dar uma nova cara às músicas, e se juntaram para trazer ao público algo muito especial.

O carinho dos artistas com esse lançamento é visível em muitos aspectos, e um deles é a amplitude de formatos nos quais “Ivan Conti Mamão Encontra Síntese & Brandão” chega ao público, do digital ao analógico. Além de estar disponível nas plataformas de streaming, dos já citados videoclipes, as músicas serão comercializadas em um compacto (disco de vinil pequeno, em 7 polegadas) de tiragem limitada. Serão produzidas apenas 500 cópias, cada música em um lado do compacto.

Encontro geracional orgânico, entre diferentes épocas e estilos, cheio de camadas de significado da ordem do profundo, o ep se manifesta como peça de arte. No som sem dúvida, mas também em suas expressões visuais, dos clipes à capa.

Enfim, “Ivan Conti Mamão Encontra Síntese & Brandão” é o Brasil da cultura, da canção, militando nas trincheiras da alegria, lançando bombas de amor embaladas em música.

Música Ferrolho De Besouro

Para Síntese, a oportunidade de gravar com um de seus ídolos – e do Brasil todo – remete à brasilidade. “Mamão é o vô que eu não conheci, sou eu no futuro”, diz. Talvez seja, inclusive, uma das mais autênticas representações do povo brasileiro nessa música. Seja pela batida, significado, grandeza dos cantores… “um ritmo meio espacial, só texturas, remetendo ao jazz antigo mesmo, mas com o DNA brasileiro”, comenta Síntese.

Original do álbum “Poison Fruit” (‘fruta envenenada’, em português), gera uma série de ligações para o cantor: fruta, Mamão, tropical, percussão brasileira, tropicalidade e bem Brasil. “Mamão é a história da musica brasileira andando, uma grande honra ter feito esse som junto com ele. Ter juntado o passado, futuro e presente”, completa o cantor.

Música Nosso Ninho

“Pra começar, é importante ressaltar que fazer música com o mestre Mamão é honra de primeira grandeza. Um dos maiores bateristas do planeta, um monolito da melhor música que o país já produziu”, Rodrigo Brandão faz questão de apontar o spotlight para o lendário ritmista.

“Quando recebi o convite, a sensação foi tanto de benção quanto de desafio. Acrescentar lírica e voz a uma composição de autoria desse artista que tanto admiro é responsa. Dito isso, fui ouvir a faixa a mim designada e sorri largo. A levada maloqueira, picadilha até umazora, me levou pra Nova Orleans no ato. Falo de The Meters em específico, e sei que o Azymuth também bebeu bastante na fonte do funk soul. Daí pra fase final, foi uma fagulha, e o resultado me aquece como fogo”, conta o vocalista.

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