Diferenças de ensino e a exclusão das escolas públicas
Por conta da pandemia causada pela Covid-19, tudo teve que ser fechado, inclusive as escolas. De acordo com enquete realizada pelo Site Matéria Livre em parceria com o Site Andrezza Barros, algumas instituições acabaram adotando o método de aulas online, enquanto outras nem mesmo entraram em contato com os alunos. Sabendo disso, é levantado o questionamento sobre as diferenças das escolas públicas e privadas. E para início, 100% dos respondedores acreditam que exista uma exclusão do método públicos comparados ao ensino particular.
Segundo entrevistados, 56,4% estão tendo aula, entretanto, 64,1% destes alunos, são de ensino particular. E para Giovanna de 16 anos, os estudantes das escolas públicas não tem muito acesso a internet, o que pode atrapalhar neste momento de isolamento social. “Muitas vezes não tem aulas, não tem um ensino de qualidade, não tem nem o básico para se ter uma aprendizagem adequada. Triste essa realidade! Os alunos deveriam ter as mesmas condições de estudo, todos merecem isso, é nosso direito!”, expressa a garota que apesar de estudar em instituição paga, entende as dificuldades da didática não pagante.
António de 14 anos diz ser evidente as diferenças no ensino “Por exemplo, a situação de que as escolas públicas não oferecem a mesma estrutura de aprendizado para os alunos. Além disso, pode-se citar também a situação dos professores da rede pública que como entram por concurso, em alguns casos não dão a educação que deveriam para os alunos”, comenta.
Mario Andreatta de 13 anos continua, “baixo investimento pelo governo em educação básica, que resulta em baixa estrutura para aulas e baixo incentivo ao aluno”.
Material Básico de Ensino
Apesar das aulas online, muitos alunos não estão recebendo o material básico de ensino, sendo que apenas 25,6% o adquiriram. E quando questionados, 33,3% ficaram entre sim, não e não sei se estão aprendendo alguma coisa com esse novo método.
Para o caso de quem não está tendo aula, 62,9% são contra passarem de ano mesmo sem ter estudado, sendo necessário repetir o ano quando tudo isso acabar.
Aula Online
A aluna Kauany de 13 anos expressa sobre ter aula online. “Eu acho extremamente ruim a conexão, 30 alunos em vídeo. Acho uma forma horrível de se aprender”. Para A.L, “não é eficiente como aulas presenciais, porém é necessário, além de ser o máximo que podemos fazer agora”.
E Aracéli de 16 anos continua “Sinceramente falando, não acho muito produtivo as formas de ensino online, pois nem todos possuem acesso a rede e se torna algo mais cansativo que o normal. Só sei que não vejo a hora dessa quarentena acabar”.
Eliane Braga, 37 anos, pede. “Uma plataforma que possa atender a todos alunos, sem que seja preciso ter um telefone ou uma internet acima da média”. Para Thamires B. da Silva, 19 anos, é injusto em termos de acesso para os alunos de escolas públicas. “Além desse grande problema, os alunos precisam de orientação que o ensino EAD não oferece”.
Embora se tenha muitas barreiras, Mary Braga de 47 anos considera “um novo tempo que estamos nos adaptando, por isso, acho que depende de cada pessoa o aprendizado. Mas para crianças e adolescentes, acho que fica um pouco tedioso, eles não prestam muita atenção e o rendimento costuma ser baixo”. Já Carla J. Garcia de 48, acredita que “temos que manter a mente aberta e aperfeiçoá-la”.
Francis Gabriela de 21 anos, concorda que seja difícil prestar atenção e entender o conteúdo da matéria, até mesmo fazer perguntas sobre o tema, “mas é uma forma de reforçar o aprendizado para não perder o costume de estudar e não esquecer o que já foi aprendido” E ela acrescenta, “acho necessário repassar os conteúdos quando as aulas presenciais voltarem, provavelmente terão muitas dúvidas”.
Para finalizar, Renata 44 anos, admite considerar os professores heróis “e neste período difícil, estão fazendo o possível para manterem a aprendizagem dos alunos”.