Os desafios e perigos para o Fluminense na Copa Libertadores 2021

Tempo de leitura: 4 Minutes

O Futebol Carioca terá dois representantes na Libertadores da América em 2021. O Fluminense está no Grupo D ao lado de River Plate da Argentina, Independiente Santa Fé da Colômbia e o vencedor de Bolívar da Bolívia ou Júnior Barranquilla, também da Colômbia. E o Flamengo cabeça de chave do Grupo G tem como adversários a LDU Quito do Equador, Veléz Sarsfield da Argentina e Unión La Calera do Chile. As duas Equipes tem desafios enormes para avançar de fase e sonhar com título da competição. O rubro-negro vai em busca da terceira taça e o tricolor quer o título inédito. E quais serão os obstáculos para cada equipe nessa competição?

Para que possamos fazer uma análise clara do que cada um pode enfrentar vou colocar a sequência de jogos das duas equipes, a começar pelo Fluzão.

Jogos do Fluminense na Copa Libertadores 2021 – Fase de Grupos

21/04 – Fluminense x River Plate

28/04 – Independiente Santa Fé x Fluminense

05/05 – G3 (Bolívar x Júnior Barranquilla) x Fluminense

12/05 – Fluminense x G3 (Bolívar x Júnior Barranquilla)

19/05 – Fluminense x Independiente Santa Fé

26/05 – River Plate x Fluminense

Como podemos observar acima o Fluminense fará na primeira perna dois jogos fora e o primeiro jogo em casa contra o time mais forte da chave. A necessidade de um resultado vitorioso no primeiro jogo se faz imprescindível pelo aspecto psicológico e estratégico buscar a classificação às oitavas de final. Primeiro que na competição continental não perder pontos em casa é de fundamental importância. Outro aspecto pertinente é que se iniciar a competição vencendo o time mais forte da chave leva instabilidade ao rival e faz com que as outras equipes do grupo tenham que buscar a vitória para não perder fôlego na corrida pelas duas vagas. Os outros dois jogos o time carioca terá desafios que ultrapassam o limite das quatro linhas.

Se o Classificado do G3 for o Bolívar (BOL), o Flu terá que jogar duas vezes na altitude. Primeiro, no Estádio El Campin, em Bogotá , na Colômbia a 2600 m acima do nível do mar e se o time boliviano passar de fase, o tricolor terá que jogar em La Paz a 3640 m de altitude. E pelas datas descritas acima serão dois desafios extremos no intervalo de uma semana. Caso o classificado seja o Junior Barranquilla, além de ter um time matreiro e acostumado a competição, a viagem e logística para a cidade da costa colombiana são um desafio.

Agora de uma forma bem simplificada vou tentar fazer um breve resumo de cada adversário para que cada tricolor possa conhecer um pouco da dificuldade do Grupo D.

O River Plate é o adversário mais conhecido e temido da chave. Treinado por Marcelo Gallardo chegou a fase semifinal da Libertadores por cinco vezes desde 2015. Decidiu a Taça contra o Flamengo em 2019, venceu o rival Boca Jrs, na decisão realizada na Espanha, após incidentes entre torcedores dos Milionários contra o maior rival no país. Tem, na minha opinião o trabalho mais consolidado da América do Sul. Mesmo sofrendo a baixa da saída de Nacho Fernandéz para o Atlético-MG, a base da equipe foi mantida, inclusive o atacante colombiano Santos Borré, de 25 anos. Na defesa Montiel, de 24 anos é considerado um dos melhores laterais-direitos do continente e nesse ano de 2021 já marcou 3 gols. NO gol a segurança e experiência de Armani, de 34 anos. Angeleri terá a responsabilidade de substituir Pinola, que sofreu uma grave lesão. No setor de meio-campo a trinca com Enzo Pérez, Ponzio e De La cruz são entrosados e toda a malícia da competição está incluída na capacidade técnica de cada jogador. E lá na frente Borré e Julian Alvarez formam uma dupla de alto poder de conclusão.

Já o Independiente Santa Fé da Colômbia treinado por Harold Rivera desde 2019 também é uma equipe adaptada a disputa da Libertadores da América. Ela está na segunda posição do torneio Apertura Colombiano e já conquistou a Copa Sulamericana em 2015. O último título conquistado foi a Superliga da Colômbia em 2017. Destaque para o meio-campista Kevin Osório de 27 anos que atuou em 15 partidas e marcou seis gols. No ataque a experiência de Rentería, com 28 anos e passagem pelo futebol mexicano tem um poder de desarticular o sistema defensivo com velocidade e dribles.

Já o duelo entre Bolivar x Atlético Júnior de Barranquilla o time da Bolívia tem a vantagem e um time mais forte. Além da altitude como décimo segundo jogador. O Júnior na Libertadores do ano passado esteve no grupo do Flamengo, até começou bem a competição, porém sucumbiu na parte final da fase após a demissão do antigo treinador e a entrada do ex-zagueiro da Seleção Colombiana Perea e foi eliminado.

Algumas armadilhas parecem estar prontas e o ponto de percepção será já no primeiro jogo, como mencionei. Porque o River será o primeiro e último jogo. O melhor dos mundos seria o tricolor ir para o último jogo, na Argentina, com uma das vagas já garantidas. Outro ponto seria torcer para a classificação do Atlético Júnior da Colômbia. Evitaria uma partida em altitude e a chance dos seis pontos somando os jogos de ida e volta seria maior.

O time dirigido por Roger Machado ainda é uma equipe que necessita ajustes dentro do que ele planeja como jogo ideal para o time das Laranjeiras. Os mais experientes necessitam de uma boa preparação física para esses jogos mais complicados, principalmente quando os jogos serão realizados acima do nível do mar. A mescla entre experiência e juventude vai ser o ponto de equilíbrio que o time tem que buscar. Pois, pelo menos nos três primeiros jogos a tendência do time jogar de forma reativa é muito grande. Ter menos a posse de bola e jogar na base do contra ataque.

Na próxima semana vou relatar aqui na coluna a tarefa árdua que o Flamengo terá para superar os adversários no Grupo G. Até lá!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *