Os Stakeholders do Governo Federal e a Alta dos Combustíveis
Na última matéria, falei sobre as possibilidades do governo federal intervir na economia de uma forma geral e ampla, e como isso tem impactos significativos, diretos e indiretos. Caso não tenha feito a leitura, sugiro que leia, a matéria anterior, pois faz parte de uma série de sete matérias que abordam uma visão Macroeconômica, com ênfase em uma visão governamental.
A possibilidade de uma interferência, nos remete a questão que, toda ação na economia gera uma reação ou explosiva ou apaziguadora nos mercados financeiros, sejam globais, regionais ou no mercado nacional. Vemos essa volatilidade semanalmente na B3, batendo recordes de 120 mil pontos ou simplesmente perdendo o que se ganhou em dias.
Já falamos aqui, que o governo gasta mal, e por consequência, investe mal. Não me refiro a este governo atual, e sim a todos os governos que se antecederam, inclusive este. Desde a redemocratização da república, os governos desembolsaram e gastaram mal seus ativos públicos.
Isso acontece devido a diversos fatores impactantes, como: a falta de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento); a ausência de incentivo em C&T (Ciência e Tecnologia); licitações fraudulentas com carta marcada; formações de cartéis no mercado que por consequência, fazem estragos na economia elevando os preços; aumentando a demanda com poucos ofertantes; muitas vezes interferindo na elasticidade de produtos e formando espécies de oligopólios que sufocam o mercado; e a ausência de novos entrantes para gerar competividade.
Mais o que são Produtos Inelásticos e Elásticos?
Produtos inelásticos, estão em sua grande maioria na mesa dos brasileiros, no caso do sal de cozinha, café, água doce, medicamentos, combustíveis. Esses produtos, mesmo que tenham ou não, influência em uma queda de preço, e a sua oferta alta, resultará sempre em uma alta demanda, pois são insubstituíveis.
Em contra partida, existem produtos de alta necessidade como: o arroz, açúcar, feijão, manteiga, carne e outros que sofrem variações. Esses produtos são elásticos, pois podem ser substituíveis por outros.
Exemplos:
- Manteiga pode ser substituível pela margarina – (Elástico)
- Carne Vermelha pode ser substituível por frango ou peixe – (Elástico)
- Medicamento específico para tratamento de câncer, não pode ser substituível (Inelástico)
Entendeu agora?
O combustível por sua vez, à sua demanda a curto prazo, caracteriza elasticidade quando consideramos a renda per capta e podemos considerá-la elástica a longo prazo.
Como o combustível sofre variações, devido a sua demanda, podemos dizer ser um produto elástico, ou seja, substituível. Porém, a alta demanda e pouca oferta dentro de um mercado oligopolista, formado por cartéis e a alta tributação, além da alta necessidade de consumo, o consideramos como inelástico, pois é insubstituível E tudo isso é o que influenciam nas disparadas de preço do produto e é nessa tecla que vamos bater hoje.
Iniciei essa matéria, abordando quem são os stakeholders do ponto de vista nacional. Na última sexta-feira, tivemos o anúncio que o governo federal deu início a transformação da presidência da Petrobras uma empresa de capital misto.
Existem diversos reguladores no mercado que ajudam a regular a Petrobras entre eles:
- ACIONISTAS
- UNIÃO FEDERAL
- BNDES PAR
- ADR AÇÕES
- FMP – FGTS PETROBRAS
- COMPOSIÇÃO ESTRANGEIRA (resolução n. 2.689)
- CVM – CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL
Essa mudança do governo, tem como ênfase, a troca de cadeira da presidência da estatal. Saí o atual presidente e assume o General Joaquim Silva e Luna, que possui 71 anos, serviu nos últimos 5 anos no (MD) – Ministério da Defesa e foi ministro da defesa no governo Temer. O General foi aluno da AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras), e é General da ativa do Alto Comando do Exército. Recentemente, foi diretor da Itaipu Binacional, dizem possuir um diálogo conciliador.
Não vou entrar no mérito da capacitação do General, até porque a AMAN é uma excelente escola de capacitação, onde estudam somente os melhores.
Joaquim Silva e Luna, entra no jogo para resolver de vez a questão de variação de preço do combustível aos brasileiros.
O ponto chave está no diálogo do governo com a população/sociedade, com seus investidores, fornecedores e credores, pois a todos esses, interessam as ações do governo federal e suas ações. A população também são seus stakeholders, os perseguidores da sua marca, à todos interessam as ações governamentais.
A alta valorização do combustível incomoda, é necessário que o governo interfira com celeridade, afim de impedir um novo aumento ao bolso dos brasileiros que não suportam mais, a alta valorização. É um produto inelástico insubstituível para quase todos em especial a gasolina e o álcool.
O momento agora é de esperar, pois o conselho irá se manifestar ao parecer da sombra do imediatismo, mas a prerrogativa de indicação é do executivo e tem amparo jurídico para isso, assim como sua indicação tem priorização.
O que devemos esperar da Petrobras?
O mercado precisa de uma resposta para reagir, a sociedade precisa de uma reposta para respirar e sair do sufocamento da alta dos combustíveis.
Políticas direcionadas a população, um olhar doméstico para dentro, políticas de transparência (disclosure), equidade (fairness), accountability e compliance.
Esses são elementos indispensáveis para uma boa gestão de qualidade. A sociedade necessita que sejam esclarecidos o porquê da alta dos preços do combustível de uma forma transparente, clara e concisa, pois todos nós somos seus stakeholders.
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