O paralelo da célebre revolta da vacina com os dias atuais
Os moradores de comunidades tem condições de fazer o isolamento recomendado?
A falsa aplicação da “vacina de vento” no Rio de Janeiro; a pandemia usada politicamente por cada partido que utiliza da mesma para interesses; e apesar das proibições de eventos de carnaval, aglomerações são registradas em festas clandestinas em bairros do Leblon e na Zona Sul. O mesmo contraste com o drama sanitário no país em 1904, a Revolta da Vacina, reforça que o temor da vacinação no Brasil é antiga.
Segundo o levantamento feito pelo site G1, com base em denúncias do Ministério Público Federal (MPF), a fraude e a corrupção na gestão da saúde desviaram pelo menos 1,8 bilhões dos cofres públicos do RJ de 2007 até 2020. O valor supera o valor que já foi gasto pelo Governo do RJ com a pandemia.
Com a demolição de cortiços, foram erguidos belos edifícios para dar passagem ao “progresso”. Ao longo da revolta, construía um cenário para as elites e, simultaneamente, excluindo o povo, semelhante aos dias atuais. Sem um plano do governo focado nas comunidades, os moradores das favelas são as principais vítimas do coronavírus no país.
Vivendo em ambientes superlotados, nas periferias, os trabalhadores autônomos não exercem profissões que possibilitam o Home Office, e sem água, cariosas são impedidos de higienizar-se adequadamente contra o vírus.
O impacto econômico nas favelas segundo a Pesquisa do Data Favela, parceria do Instituto Locomotiva com a Central Única das Favelas (Cufa), publicado no site Veja, revela que 72% tiveram que fechar temporariamente o seu negócio e 63 % ficaram fechados até hoje.
A população mal orientada sobre os benefícios da vacina, descontam com as invasões domiciliares, e um número significativo de brasileiros que não tinham acesso a água encanada, nos remete ao paralelo dos dias atuais, como a falta de água da CEDAE ( Companhia Estadual de Águas e esgotos no Rio de Janeiro) causado pela geosmina.
Os desafios de ações para campanhas de vacinação e os investimentos nos projetos sanitários para o aumento da expectativa de vida por Oswaldo Cruz, médico e pioneiro no combate a prevenção de epidemias, continuam. Apesar dos avanços na área da medicina e crescimento do número de hospitais e postos de saúde, é grande a desigualdade no acesso da população das favelas a esses recursos.