Inteligência artificial: um avanço ou um risco para a humanidade
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Espectadores não estão mais podendo encontrar paz no entretenimento sem se preocuparem com veracidade

Já se fazia alguns anos que não tínhamos tanta evidência do chamado “deepfake” – a tecnologia de inteligência artificial que tomou conta da mídia em meados de 2019. O assunto gerou polêmica e passou a ser comentado por todas as faculdades e virou objeto de estudo. Quem não se lembra de nomes como Jair Bolsonaro, Donald Trump, entre outros políticos que tiveram seus rostos e falas alterados em vídeos para gerarem notícias falsas pelo WhatsApp.

Antes dessa onda tecnológica, já existiam alguns vídeos de zoação política com a ex-presidente Dilma Rousseff cantando as músicas como o “Lepo Lepo” que por sinal, a montagem chegou a ser comentada em veículos como a Revista Veja, entre outros. Essa onda parece ter voltado com a chegada do aplicativo Wombo.ai. Eu mesmo comecei a receber centenas desses vídeos em que se pega a foto de uma pessoa e o aplicativo anima fazendo a dublagem de uma música. Eu admito que como jornalista essa tecnologia sempre me deixa um pouco nervoso. Estamos deixando as nossas características, tanto de voz como de rosto aberto para milhões de internautas e na confiança de que esses dados serão usados de boa fé. Algumas montagens conseguem ser tão perfeitas que para os olhos menos treinados, a diferença chega a ser zero.

Muitos casos de enganação já viraram notícia pelo Brasil. Em julho do ano passado, um funcionário da chegou a ser enganado ao receber um suposto áudio de um CEO da organização, porém, por sorte, um dos empregados desconfiou da falsidade da mensagem. Isso talvez mostre que a população do mundo não está preparada para lidar com um avanço tecnológico avançado. O que poderia ser uma ideia útil para os avanços da tecnologia de bem e para proporcionar uma opção de lazer, acaba caindo no mundo do crime. No caso da companhia que foi enganada, foi precioso o acionamento de uma empresa especializada em segurança, que identificou sinais de alteração de áudio, o que apontou a anormalidade.

Foto: Pixabay

A desinformação em massa:

Não importa se as vítimas dessa falsificação sejam pessoas públicas ou anônimas, o prejuízo que essa “brincadeira” utilizada de forma indevida pode causar é enorme. Após milhares de esses vídeos terem sido compartilhados através do Facebook, a norte-americana chegou a criar um esquema de segurança em janeiro do ano passado, onde proibiram o compartilhamento de vídeos que poderiam enganar os usuários. Essa ferramenta é um complemento das fakes news, que em relação ao jornalismo profissional, tem se tornado um dos maiores inimigos por promover a manipulação de informações.

A tecnologia e criatividade ao propagarem essas mentiras se tornaram tão avançadas, que os próprios adultos que alertavam seus filhos ao começarem a navegar na rede, hoje são grande parte das vítimas que caem em conteúdo falso á respeito de política e sociedade. Um exemplo de questão que após anos não conseguiram chegar á um consenso foi a da radiação provocada pelos aparelhos telefônicos. Essa informação foi fortemente propagada em 2015, e grandes veículos como a revista eletrônica “Fantástico” da Rede Globo e outros portais chegaram a afirmar os seus malefícios.  O principal centro de discussão é o nível de intensidade que suas ondas promovem, porém, as pessoas que mais questionam a utilização do aparelho, geralmente mandam esses avisos através de correntes do próprio WhatsApp. Do mesmo ditado que diz que a pior pessoa para te ajudar a ganhar dinheiro na vida é aquela que nunca o fez na vida, a pior pessoa para ajudar você a se proteger também é aquela que não consegue primeiramente se autoproteger. E você, se sente seguro com a utilização da inteligência artificial em sua vida?

Acompanhe os últimos artigos de Luca Moreirawww.instagram.com/lucamoreirareal

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