O anúncio da chegada do Mounjaro ao Brasil em junho movimentou o cenário da saúde e chamou atenção principalmente de quem acompanha os avanços no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade. Desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, o medicamento promete ser um divisor de águas — mas como ele se diferencia dos já conhecidos Ozempic e Wegovy?

Para esclarecer essas dúvidas, ouvimos a endocrinologista Stephanie (@endocrinoste), especialista em emagrecimento saudável. Segundo ela, “o Mounjaro (nome genérico: tirzepatida) é inovador por atuar em dois receptores diferentes: o GLP-1 e o GIP. Enquanto Ozempic e Wegovy agem apenas no receptor GLP-1, o Mounjaro oferece uma abordagem dupla, potencializando os efeitos no controle da glicose e na perda de peso”.

A eficácia vem sendo amplamente comentada em estudos clínicos, mostrando que a tirzepatida pode provocar perda de peso superior a 20%, além de melhorar de forma expressiva os níveis glicêmicos em pacientes com diabetes tipo 2.

Mas quem pode tomar? Stephanie explica que, a princípio, a indicação principal será para pessoas com diabetes tipo 2, mas há expectativas de aprovação futura também para tratamento da obesidade, assim como ocorreu com o Wegovy, que é uma versão do Ozempic que chega a doses mais altas destinada à perda de peso.

Ozempic vs. Wegovy vs. Mounjaro
• Ozempic (semaglutida): análogo de GLP-1 aprovado em bula para diabetes tipo 2, com efeito de perda de peso.
• Wegovy (semaglutida em dose maior): análogo de GLP-1 indicado para obesidade.
• Mounjaro (tirzepatida): análogo de GLP-1 e GIP com eficácia potencialmente superior em controle de glicose e perda de peso. Pela atuação em GIP a tirzepatida minimiza o efeito de náuseas, comumente relatado pelos pacientes em uso de semaglutida.

Stephanie faz um alerta importante: “Esses medicamentos são eficazes mas não devem ser utilizados sem acompanhamento médico. Eles são voltados a pessoas com diagnósticos específicos, como diabetes e obesidade, e exigem acompanhamento para monitorar possíveis efeitos colaterais, dosagem e evolução clínica.”

O Mounjaro já está aprovado pela Anvisa mas a sua comercialização com bula adaptada ao mercado brasileiro está prevista para junho desse ano. Até lá, é fundamental buscar informação de qualidade e conversar com um médico antes de qualquer decisão.