Como garantir que seu patrimônio seja destinado da maneira correta? Advogada explica por que qualquer pessoa pode se beneficiar de um testamento bem elaborado.

Nos últimos anos, o Brasil tem visto um aumento na busca por planejamento sucessório e matrimonial, refletindo uma mudança de mentalidade: as pessoas estão cada vez mais preocupadas em garantir segurança jurídica para si e para suas famílias. Em meio a esse cenário, especialistas como a advogada Luciana Piazza, atuante na área de Direito de Família e Sucessões, reforçam a importância de discutir temas como inventários, testamentos, regimes de bens e divórcios de forma preventiva.

O planejamento patrimonial não é só para grandes fortunas. Qualquer pessoa que tenha bens, filhos ou dependentes pode e deve pensar nisso. A falta de um planejamento pode gerar conflitos familiares e dificuldades financeiras que poderiam ser evitadas, explica Luciana.

Muitos brasileiros ainda evitam falar sobre divisão de bens e sucessão patrimonial, seja por tabu ou por acharem que esse tipo de preocupação deve ser deixada para depois. No entanto, a ausência de um testamento ou de uma organização patrimonial pode resultar em longas disputas judiciais. O número de processos de inventário nos tribunais cresce a cada ano, e a burocracia pode tornar esse processo lento e desgastante.

Infelizmente, quando as famílias deixam para resolver essas questões após o falecimento de um ente querido, elas se deparam com uma realidade dura: demora, custos altos e até desavenças entre os herdeiros. Planejar agora evita esses problemas, alerta Luciana.

Além da sucessão, outro ponto que exige atenção é o regime de bens escolhido no casamento. O que muitas pessoas desconhecem é que essa escolha impacta diretamente na divisão do patrimônio em caso de separação ou falecimento.

O regime de bens não deve ser visto como uma mera formalidade do casamento. Ele define direitos e obrigações dos cônjuges sobre o patrimônio e pode evitar conflitos futuros. Muitas pessoas só descobrem a importância disso na hora do divórcio, destaca a advogada.

Casais que decidem formalizar um planejamento matrimonial conseguem evitar surpresas e desgastes emocionais no futuro. O mesmo vale para divórcios: um processo bem conduzido pode ser menos traumático para ambas as partes, garantindo que a partilha seja justa e que eventuais questões, como guarda de filhos e pensão, sejam resolvidas com clareza.

Outro tema pouco explorado no Brasil é a elaboração de testamentos. Diferente do que muitos pensam, não é necessário ser milionário para fazer um testamento. Qualquer pessoa pode registrar seus desejos sobre a distribuição de seus bens, garantindo que sua vontade seja respeitada.

Fazer um testamento não é algo para idosos ou para quem está doente. Ele pode ser feito a qualquer momento e revisado sempre que necessário. Essa é a melhor forma de evitar que o destino do seu patrimônio fique nas mãos da Justiça ou de interpretações equivocadas dos herdeiros, explica Luciana.

O avanço das informações e a maior conscientização sobre os impactos da falta de planejamento têm levado mais pessoas a buscarem orientação jurídica especializada. Organizar a vida patrimonial e familiar ainda em vida não é apenas um ato de responsabilidade, mas um cuidado essencial com quem ficará.

Para quem deseja se aprofundar no assunto, Luciana Piazza compartilha orientações e dicas sobre Direito de Família e Sucessões em seu perfil no Instagram: @lucipiazza.

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