Principais vilões do orçamento e como combatê-los
Alguns vilões no orçamento de uma família acabam sendo uma grande dor de cabeça. Existem vários, mas a economista Bruna Allemann escolheu apenas três desses maus para serem debatidos neste momento.
Supermercado: é preciso estar sempre organizado para ir as compras. Fazer lista e saber aproveitar as oportunidades – descontos – no momento, adaptando algumas coisas para que a conta não fique cara. A ideia de estocar comida no início do novo coronavírus fez com que muitas pessoas gastassem além do planejado e pior ainda, além do que cabia em seu orçamento. Organização e disciplina é a melhor forma de combater este tipo de problema. Evitando gastos desnecessários e desperdícios.
Parcelas no cartão de crédito: poderiam ser o primeiro grande vilão. Gastando mais em supermercado e não se organizando, as contas vão se acumulando. Agora durante a pandemia muitos estão com alguns pequenos custos não esperados, como um investimento em uma estrutura de home office dentro de casa. Já pensou que todos os produtos que foram comprados no fim do ano passado estão acumulando com os novos custos que você está fazendo? Não faça investimentos desnecessários e não compre mais do que pode. A ideia agora é não fazer dívidas a longo prazo. Não sabemos a situação do amanhã.
Assinaturas mensais: são a primeira maravilha do mundo assim como o maior terror do orçamento. Com valores relativamente baixos e a necessidade de entretenimento, além de alguns aplicativos para auxiliar na gestão de casa, consumo, trabalho, exercícios físicos entre outros, estes pequenos custos de R$ 10 à 35 reais por mês se unem as parcelas de compras desenfreadas que são feitas e consome cerca de 50% da renda dos brasileiros. Não é apenas 10 reais, é preciso ter em mente que 10 aplicativos e/ou assinaturas de 10 reais serão 100 reais de gastos a mais no fim do mês. Priorize, pague apenas o necessário! Se for um plano de TV, cancele a TV a cabo se for o caso. Faça contas e tente utilizar o máximo dos planos grátis.
Que erros financeiros não podem ser cometidos neste momento?
A economista Bruna diz que custos de longo prazo, sem sobra de dúvida. Infelizmente a instabilidade política e econômica não está dando as melhores expectativas e segurança para o amanhã. É possível ver o número crescente de desempregados e pessoas entrando na faixa de venerabilidade. O brasileiro estava até o início deste ano se acostumando com a ideia de planejamento financeiro, e pouquíssimos tem a organização de manter uma reserva de emergência para pelo menos seis meses de custos fixos.
É preciso lembrar sempre que o custo de longo prazo – altos principalmente -, como uma troca de carro, compra de um apartamento ou troca dos eletrônicos de casa, se não estiverem alinhados com a conta bancária e reserva de emergência, podem ser o fundo do poço para algumas famílias.
Infelizmente ainda não temos estatísticas e dados o suficiente para trabalhar com expectativa do que poderá atingir mais ou menos na nossa economia. Estamos vivendo um dia após o outro, na esperança de amanhã tudo volte ao normal. Somente saberemos qual será o real impacto assim que a economia estiver 100% aberta. Já temos uma ideia pela redução de consumo de itens de vestuário por exemplo, que mesmo como forte comercio online, já vem sofrendo com a redução média de 40% das vendas e o crescente número de demissões neste período.
O que é preciso para evitar o endividamento?
Primeiro não tome uma linha de crédito se não tiver certeza de que pode arcar com este compromisso. A crescente oferta de linhas bancárias está atraindo pequenos e médios empreendedores, assim como a população, para uma escolha equivocada.
Tenha em mente o quanto pode pagar, organize suas finanças, seja da empresa ou pessoal. Veja que contas consegue diminuir e quais precisa manter. Renegocie seus custos fixos, desde TV, internet, conta de celular entre outros até fornecedores. Com os fornecedores e prestadores de serviços, seja sincero. Verifique quais as condições deles e veja a melhor forma dele continuar recebendo e você de continuar pagando. Aí tirando todas as alternativas e fazendo um bom planejamento para um lockdown de três meses na pior situação ou uma reabertura dos negócios em um mês, verifique se será realmente necessário esse dinheiro para desafogar sua situação.
Dinheiro barato não é sinônimo de folego, e sim de dívida. E é tudo que você não precisa agora. Há muitas outras formas de se organizar e colocar as contas e custos em dia.