Sudão do Sul: confrontos matam e ferem dezenas, incluindo profissionais de MSF

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Membro da equipe de Médicos Sem Fronteiras foi morto na localidade de Pieri, no estado de Jonglei | Foto: Julio Brathwaite/ UN

Combates intensos deixam mortos e feridos durante o fim de semana em Pieri e seu entorno. A cidade está localizada no estado de Jonglei, no nordeste do Sudão do Sul. Um membro da equipe Médicos Sem Fronteiras – MSF – é a vítima fatal do conflito.

O coordenador-geral adjunto de MSF no Sudão do Sul, Steve MacKay, se pronunciou, “Expressamos nossas mais profundas condolências aos familiares, amigos e colegas do membro da nossa equipe e a todos os afetados. Condenamos da forma mais veemente possível os atos ultrajantes de violência intercomunitária, que deixaram dezenas de pessoas gravemente feridas, e tememos que muitas outras tenham morrido”.

De acordo com informações, os combates começaram no início da manhã do último sábado (16), nos arredores de Pieri. Um paciente e três profissionais de Médicos Sem Fronteiras estavam no centro de saúde e a população fugiu para a mata e vilarejos vizinhos.

Alguns vilarejos do entorno já haviam sido incendiados e casas em Pieri foram saqueadas. As hostilidades continuaram até a tarde de domingo (17).

De acordo com o coordenador-geral, foram recebidas mais de 56 pessoas baleadas “Mas tememos que muitas outras tenham sido mortas e mais de 100 feridas em Pieri e seu entorno”. MacKay expressa sua preocupação de outras pessoas estarem feridas e não terem como receber atendimento médico vital por conta do acesso limitado a serviços de saúde na região.

Nos últimos meses, ocorreram diversos episódios de violência no estado de Jonglei. Apenas dois meses atrás, em meados de março, o centro de saúde de MSF em Pieri recebeu 68 pessoas feridas em menos de 12 horas, muitas delas em estado grave. “Os episódios recorrentes de violência intercomunitária continuam tendo consequências devastadoras para a população”, disse MacKay.

“Já vimos várias vezes que esse tipo de ataque pode causar o deslocamento e a perda de meios de subsistência para centenas ou até milhares de pessoas. Agora que a estação chuvosa está começando, aqueles que não têm abrigo adequado estão ainda mais expostos a doenças como malária, infecções das vias respiratórias e diarreia aguda e aquosa, que matam milhares de pessoas todos os anos. Tudo isso sem levar em conta a complexidade adicional da pandemia da Covid-19, que começou a se espalhar pelo país”, concluiu Steve MacKay.

Em consequência desse ato de violência, MSF foi forçada a suspender as atividades médicas em Pieri até que possam receber garantias quanto à segurança da equipe. MSF segue comprometida em continuar prestando assistência médica vital à população de Pieri e do estado de Jonglei.

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