Abril Azul-Claro conscientiza sobre o câncer de esôfago
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Atenção para os casos de refluxo gastroesofágico de longa duração. Na dúvida, consulte o médico

O câncer de esôfago tem cerca de 11 mil novos casos a cada ano e já atingiu personalidades como a apresentadora de TV transexual Mamma Bruschetta, que teve tumor retirado em cirurgia em 2019. O Abril Azul-Claro busca a conscientização sobre esse tipo de câncer que tem entre os principais fatores de risco, o tabagismo, o refluxo gastroesofágico e o esôfago de Barrett, associados a hábitos de vida.

“O fumo, o consumo de bebidas alcoólicas com muita frequência, a obesidade e a infecção pelo HPV podem influenciar no desenvolvimento desse câncer”, diz o Dr. Clóvis Klock, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), especialidade que faz diagnóstico de doenças como o câncer.

O esôfago é um tubo muscular oco, com cerca de 25 cm de comprimento, localizado entre a traqueia e a coluna vertebral, ligando a garganta ao estômago para transportar os alimentos. O esfíncter, um músculo localizado na porção final do esôfago, controla a passagem dos alimentos e líquidos e também impede o retorno do ácido estomacal e das enzimas digestivas por esse tubo.

Em geral, o câncer de esôfago ocorre em pessoas acima de 50 anos, sendo mais prevalente em homens. Os dois principais tipos desse câncer são o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma. “A existência do refluxo gastroesofágico pode provocar o chamado esôfago de Barrett, uma lesão considerada pré-cancerosa que acomete principalmente pessoas obesas e com histórico de refluxo gastroesofágico durante muito tempo”, explica o Dr. Klock.

A incidência do câncer de esôfago varia ao longo dos estados. Para cada 100 mil habitantes, estima-se 3,07 casos em São Paulo, 2,63 casos no Rio de Janeiro, 6,05 casos no Rio Grande do Sul, 6,19 casos em Minas Gerais e 4,85 casos no Ceará. Essas estimativas, referentes a 2023, são disponibilizadas pelo INCA.

Sintomas

Nos estágios iniciais, o câncer de esôfago não manifesta sintomas. Mas, é importante estar atento a manifestações como: dificuldade de engolir alimentos sólidos e líquidos, desconforto na região do peito, sensação de queimação, indigestão, náuseas, rouquidão, tosse persistente e perda de peso sem motivo aparente.

A investigação diagnóstica se inicia com exames como a endoscopia ou a tomografia e, caso sejam identificadas lesões no esôfago, realiza-se uma biópsia, que consiste na retirada de um pequeno fragmento. A análise das células da lesão é realizada pelo médico patologista, que emite o laudo anatomopatológico com o diagnóstico. “E, se detectado o tumor, esse laudo trará as características do câncer, para que possa ser definido o melhor tratamento”, diz o Dr. Klock.

Prevenção e Tratamento

A melhor prevenção é não fumar, eliminar o uso excessivo de bebidas alcoólicas, incluir na dieta diária a ingestão de frutas e vegetais, além de fazer atividade física e controlar o peso.

Após feito o diagnóstico e a definição do estágio do câncer de esôfago, várias modalidades de tratamentos podem ser empregadas, de forma combinada ou isolada, como a cirurgia, a radioterapia e tratamentos sistêmicos como quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia.