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Infecção Urinária: Prevenção, Tratamento e Quando Buscar Ajuda Médica
Tempo de leitura: 2 Minutes

As infecções do trato urinário (ITUs) estão entre as condições mais comuns na prática médica, afetando principalmente mulheres. Estima-se que cerca de 60% das mulheres terão pelo menos um episódio de ITU ao longo da vida, e até 40% delas poderão sofrer com infecções recorrentes. O impacto é significativo, com aproximadamente 150 milhões de casos anuais no mundo, representando até 40% das infecções adquiridas em hospitais.

Causas e fatores de risco
De acordo com o Dr. Ali Mustafá Cheik, urologista do Hospital Mater Dei Santa Clara, a maioria das ITUs ocorre devido à colonização ascendente de bactérias no trato urinário, sendo a Escherichia coli responsável por 75% a 80% dos casos. Entre os fatores que aumentam a suscetibilidade estão baixa ingesta de água, má higiene, cálculos renais, diabetes, obesidade e condições anatômicas, como refluxo ureteral e hiperplasia prostática em homens idosos.

“A infecção urinária é muito mais comum em mulheres devido à anatomia e fatores como atividade sexual. No homem, ela é rara, exceto em idosos por questões relacionadas à próstata”, explica o especialista.

Prevenção: simples hábitos fazem a diferença
Prevenir infecções urinárias pode ser mais fácil do que se imagina. Dr. Ali recomenda:

Hidratação adequada: beber água suficiente para manter a urina clara e livre de sedimentos.

Higiene íntima correta: evitar a translocação bacteriana com o uso incorreto de papel higiênico. O ideal é apenas encostar o papel para absorver o excesso de urina.

Esvaziamento completo da bexiga: evitar resíduos urinários, que podem servir de meio para proliferação bacteriana.

Urinar após relações sexuais: “essa prática ajuda a limpar o trato urinário e reduzir o risco de infecções”, destaca o urologista.

Manter uma boa imunidade: adotar hábitos saudáveis, como atividade física, boa qualidade do sono e controle de condições como diabetes e obesidade.

Quando a infecção evolui
Se não tratada adequadamente, a ITU pode progredir de cistite (infecção da bexiga) para pielonefrite (infecção renal) e, em casos graves, para sepse. Os sinais de alerta incluem febre, dor no flanco, calafrios e náuseas, indicativos de pielonefrite, enquanto queda de pressão e aumento da frequência cardíaca podem sinalizar sepse.

“O ideal é tratar a infecção na fase inicial. Ao identificar sintomas como ardência ao urinar, aumento da frequência urinária e odor forte na urina, o paciente deve buscar ajuda médica imediatamente”, enfatiza Dr. Ali.

Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico de ITU é feito por meio de exames de urina (sedimentoscopia e urocultura), que identificam a bactéria causadora e orientam o uso de antibióticos adequados. Essa abordagem é essencial para evitar o uso indiscriminado de medicamentos e a resistência bacteriana. Em casos de infecções graves ou recorrentes, pode ser necessário o uso de antibióticos de amplo espectro, administrados por via intravenosa.

“O uso correto de antibióticos é guiado pelo antibiograma, que evita o desenvolvimento de resistência bacteriana. A automedicação deve ser evitada a todo custo”, alerta o especialista.

Importância da conscientização
A educação sobre ITUs e o reconhecimento precoce dos sintomas são fundamentais para prevenir complicações graves. Além disso, a adesão a práticas preventivas pode reduzir significativamente o impacto dessa condição, promovendo mais saúde e qualidade de vida. Caso os sintomas de pielonefrite ou sinais de sepse surjam, a recomendação é procurar um pronto atendimento sem demora para diagnóstico e tratamento imediato.

As infecções urinárias, embora comuns, podem ser efetivamente prevenidas e tratadas. Adotar hábitos saudáveis e buscar orientação médica precoce são passos simples, mas indispensáveis, para evitar complicações e preservar a saúde do trato urinário.

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